(...)
A moldura preta da janela fez da cidade ao fundo um quadro
de formas duras com cores sólidas e opacas
como se abstraindo do mundo apenas o caos
a fúria obliqua em suas quinas e sombras
Numa tarde, meus olhos tatearam o plano da janela
como se a cidade fosse plana naquela pintura
como se tudo se achatasse em uma só camada
como se o acidente de cores e quinas fosse acaso pintado
Quem pintaria tal caos se não meus olhos atrás do vidro?
Meus olhos imóveis que alcançam a distancia além do vidro
viram no vidro a cidade e a cidade pintada no vidro
Minha mente que recebia a visão já não a conhecia como antes
pintava um quadro como se fosse caos
entendia a imagem como se o vidro fosse espelho.
(...)
Isaque Veríssimo
Tuesday, November 3, 2009
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