Wednesday, July 29, 2009

By the way

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Mitoses, células, energia, abra-cadabra: Vida...

Ao tempo em que se levanta aos poucos. Ao passo que os passos se alargam, as margens dos abismos a se transpor se afastam. A todo o tempo...

Tempo pelo qual passamos apressados, que espera por ser aproveitado. Que espera por entregar respostas Divinas pra cada questão da alma, por mostrar que os prestígios humanos tão fóbicos são inúteis. Que o reconhecimento tão sangrado é desnecessário, que ninguém só em si é bom pra ninguém, nem pra si mesmo. Que a sabedoria necessária anda pelas ruas desprezada, desesperada por ser ouvida e tocada, trocada por conhecimentos absurdamente cíclicos, que iludem e, de tão inexplicavelmente óbvios, escravisam quem os detém.

Tempo que espera parado por ser notado, como uma pedra num rio de humanidades.


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Mitoses, células, abra-cadabra: Vida e morte...

Ao tempo em que se falece aos poucos. Ao passo que os espaço entre passos diminui, o fundo do ultimo abismo se aproxima. A inevitável sentença final da vida vem variavelmente adornada pela dúvida, que quase sempre interna, nunca eterna, aflige e inquieta desde de que se houve sua hipótese:




Pra quê?




A grandeza do mundo faz pequeno quem à concebe. A grandeza do universo faz pequenas as dimensões do mundo. A fúria da vida adoece quem vive, mas a grandeza de Deus, seja Ele quem for, engrandece quem à reconhece...

Pra quê? Dia após dia; noite após noite, lutar, lutar, lutar e lutar; contra si, medos e mundos, escravizar-se ao que se conhece e gastar-se pelo que não se gosta, se tudo é vaidade? Se tudo é em vão e passa?



Estar-se prezo por vontade, servir a quem vence o vencedor, sentir a dor que não dói, querer mais que bem querer. Aceitar incondicionalmente o inaceitável.

"Pelo que vale a pena viver? Pelo que vale a pena morrer?" questionou Don Giovani.

"Gozar a vida com a mulher que ama, pois esta é a sua porção sob o sol" respondeu o sábio Salomão.

AMAR incondicionalmente enquanto há sol... Entregar amor em todas as suas formas. Como poesia, como observação, como loucura sã, como doação, quiçá negação!
Amor em forma de som de piano, de riso, de silêncio! Em forma de movimento e de cansaço. Amor com forma de meia maçã e meia fome, meio gosto e meia satisfação! Meia razão e meio rizo, meio frio e muito calor!

Amor em forma de sacrifício doce, de verdades duras e de sinceridade serena! Em forma de olhar...
Amor que divide pesos e multiplica alegrias. Que se limita e se desdobra... Seja à um e a todos.

Amor além-entendimento. Filéo pra partilha do espaço-tempo. Éros quando tempo inexiste. Ágape além do espaço! Amor em essência e tão somente. SEMPRE!

Pro bom saldo da porção eterna além-sol, resta 'procura-lo' incessantemente e absorve-lo com a mente e alma, enquanto o tempo espera, enquanto se ainda se acha.
Condenar os porquês a sua própria existência inútil. Que do mais, tudo é vaidade e nada!




Isaque Veríssimo, 2009