Filho bastardo sou, como todos os meus irmãos.
Ítalo-tupí-lusitano, sou da raça que é única, que é do mundo, que é todas e é nenhuma. Filho dessa mãe gentil, de olhos cor da anil e pele de flor.
Mulher brava, que de criança inocente virou moça meretriz. Que cria suas crias com a destra da vida. Que ama de dia e de noite é vadia.
Nascida em berço esplendido, ao som do mar e a luz de olhos carniceiros. Aliciada e penhorada sem igualdade alguma. Vive da ginga, dança na injustiça da vida, como quem dribla com pitoresca destreza de craque menino a fúria de monstros gringos.
Sambando em brasa, cantando “Lerê” na labuta escrava, é gentil amada mãe, desafia o peito a própria morte pelo sonho intenso de cada filho, pelo amor e esperança de quem sabe um dia, Ver paz no futuro e glória no passado.
Brasileiro sou, Debaixo desse céu risonho e límpido, abraçado pela terra mais garrida, não fujo a luta, nem temo a própria morte.
Entre outras mil, és tu Brasil
Amada pátria minha
Pátria mãe.
Mãe menina.
I.V.