Percebo...
Toda vez que alguém me olha e se interessa, ou talvez se interesse antes mesmo de me olhar, chega com jeito e interage comigo, é como se tal pessoa me abrisse. Talvez porque veja em mim, o saciar da fome de coisas boas, de coisas nem sempre tão boas ou as vezes só por conhecer, tirar uma onda, saborear as besteiras que guardo dentro de mim... Não sei ao certo o porque, nem os motivos pelos quais atraio pessoas. O que sei é que quando alguém me abre, uma luz se acende dentro de mim, como quem diz “bem vindo” e mostro o que tenho dentro do que sou, como quem parece oferecer “deseja algo?” . Há quem logo me fecha, se desinteressa, há quem toma algo de mim pra si logo de cara e já me tem por amigo, mas também há quem não se satisfaz e vai a procura, mexe, fuça e refuça, me muda por dentro. As vezes vai a fundo e abre em mim partes que outrora sempre estão fechadas, buscam coisas mais serias, não só besteiras, buscam as coisas congeladas no meu âmago, aquelas coisas que já estavam lá a tempos e que durariam anos se ninguém ousasse tocá-las.
De alguma forma todos que vem buscar em mim algo, seja pelo motivo que for, sempre acrescentam algo novo, ou reacressentam coisas velhas, e essa troca de coisas, favores e necessidades é o que parece dar sentido à minha existência.
De fato, acredito que não só eu, mas, todos os que se julgam humanos, compreendem esse processo, essa é a nossa natureza, somos uma caixa “fria” cheia de coisas que queremos trocar com outras... e negue se você puder, que isso também não te acontece!
O homem cria para si metáforas de si mesmo, se estende em coisas. Pois bem, ao sair da frente dessa extensão do seu cérebro ( computador ), vá até a cozinha e abrace sua geladeira. Ela tem muito de você...
...Ela acabou de se abrir com você e você nem notou.